07-08-2023 - Agora viajando profundamente no Cinturão de Kuiper, a espaçonave New Horizons da NASA continua a realizar observações científicas mais de quatro anos após sobrevoar seu segundo alvo, o objeto do Cinturão de Kuiper (KBO) Arrokoth, em 2019. Na Conferência de Ciência Lunar e Planetária de 2023, os cientistas da missão discutiram a variedade de projetos que a sonda está estudando atualmente. A espaçonave agora está a mais de 55 unidades astronômicas (UA, sendo uma UA igual à distância média entre a Terra e o Sol, ou 93 milhões de milhas) da Terra. Os cientistas da missão estão atualmente procurando por um terceiro alvo para sobrevoar e estão estudando vários KBOs e planetas anões a distância, utilizando uma combinação de telescópios terrestres e software de inteligência artificial de aprendizado de máquina. "Estamos duas vezes mais distantes da Terra do que quando encontramos o Arrokoth, o que torna os alvos que procuramos 16 vezes mais distantes", disse Alan Stern, investigador principal da missão no Instituto de Pesquisa do Sudoeste em Boulder, Colorado. Outro projeto está observando Urano e Netuno e capturando imagens deles a partir do fundo do Cinturão de Kuiper. O Telescópio Espacial Hubble da NASA irá capturar imagens dos dois gigantes gelados ao mesmo tempo que a New Horizons, permitindo que os cientistas os observem a partir de duas perspectivas muito diferentes. "A vantagem disso é que o que o Hubble verá é o que os padrões de nuvens estão fazendo naquele dia, ao mesmo tempo em que a New Horizons os verá variar à medida que giram", disse Will Grundy, co-investigador da missão no Observatório Lowell em Flagstaff, Arizona. "Estamos vendo luz dispersa em uma direção que não seria possível ver a partir da Terra ou do sistema solar interno", disse Grundy sobre a perspectiva única da espaçonave. "Vamos tirar fotos enquanto os planetas giram, para que possamos observar suas estruturas de nuvens em evolução à medida que entram na parte iluminada... e giram para fora à medida que a atmosfera evolui". Os cientistas da equipe estão aproveitando a posição única da espaçonave para estudar a heliosfera externa, as regiões mais distantes da influência do Sol antes do meio interestelar. Essa área é muito menos empoeirada do que o sistema solar interno, permitindo que a sonda detecte sinais muito fracos e mapeie o fundo cósmico tanto em luz óptica quanto ultravioleta. Embora as sondas Voyager 1 e 2 também estejam em trajetórias fora do sistema solar, nenhuma delas possui os instrumentos para fazer essas observações. "E, finalmente, também vamos mapear o meio interestelar local em luz de hidrogênio para entender as estruturas de nuvens e outras estruturas que nunca foram mapeadas antes", disse Stern. Oito anos após o sobrevoo de Plutão pela New Horizons e quatro anos após o sobrevoo de Arrokoth, ainda estão sendo feitas novas descobertas sobre esses dois objetos. Os dados coletados em 2015 indicam que os polos de Plutão não estão em suas posições originais, tendo se afastado dessas localizações. A formação da Planície de Sputnik, a parte esquerda congelada da característica central de Plutão, pode estar conectada a essas mudanças de polo. Além disso, o terreno em lâmina de Plutão, composto de gelo de metano, é notavelmente semelhante a estruturas vistas na Terra no Deserto de Atacama, no Chile. Características superficiais do lado distante de Plutão sugerem que ele também está coberto por essas estruturas. Arrokoth, que tem uma composição muito parecida com a de outros KBOs distantes, parece ter se formado quando pequenas partículas de gelo começaram a se juntar, criando um objeto maior. O KBO é composto por material primitivo que remonta aos primeiros dias do sistema solar. Suas duas lóbulos são muito semelhantes entre si, sugerindo uma origem comum que poderia explicar o espalhamento de planetesimais no sistema solar externo e possivelmente também no interno. Por: Laurel Kornfeld Traduzido por: Maria Clara Boscaino Xavier (Junior Bilingual Correspondent).
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