15-08-2022 - Bilhões de anos atrás, quando o Sol ainda era uma protoestrela que ainda não havia se inflamado, o jovem sistema solar pode ter contido um quinto planeta gigante, além de Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Esse planeta poderia ter sido ejetado do sistema assim que o Sol começou a realizar fusão em seu núcleo, soprando uma nuvem de poeira do disco circunstelar que inicialmente o cercava. Uma teoria de 2005 conhecida como Modelo de Nice propõe que os gigantes gasosos Júpiter e Saturno e os gigantes de gelo Urano e Netuno inicialmente orbitaram muito mais perto do jovem Sol em órbitas circulares. Essas órbitas foram posteriormente perturbadas por um fenômeno desconhecido que fez com que todos os quatro planetas migrassem para fora. Agora, em um artigo publicado na revista Nature, os cientistas propõem que o fenômeno que precipitou essas migrações foi um desembolso da nuvem de poeira que cercou o proto-Sol assim que ele acendeu e começou a realizar fusão em seu núcleo. A poeira dessa nuvem perturbou as órbitas desses planetas e pode ter ejetado um quinto planeta gigante, que teria se tornado um planeta descontrolado que não orbitava nenhuma estrela. Embora o Modelo de Nice sugira que essa instabilidade ocorreu durante um longo período de tempo, a composição das rochas lunares coletadas pelos astronautas da Apollo mostra evidências de que esse processo foi rápido e ocorreu ao longo de alguns milhões de anos, em vez das centenas de milhões de anos que o modelo indicou. Tanto o Modelo de Nice quanto o proposto no artigo sugerem a existência precoce de um quinto planeta gigante gasoso, embora os modelos computacionais indiquem que o sistema solar de hoje também poderia ter surgido sem o planeta extra. De acordo com este último estudo, os planetas terrestres do sistema solar, que se formaram após a migração dos planetas gigantes, poderiam ter sido influenciados por essa instabilidade inicial. Por exemplo, esse fenômeno pode ser a razão pela qual Marte tem uma massa tão menor do que a Terra. “Nosso sistema solar nem sempre pareceu do jeito que parece hoje. Ao longo de sua história, as órbitas dos planetas mudaram radicalmente. Mas podemos descobrir o que aconteceu”, disse Seth Jacobson, da Michigan State University (MSU), um dos autores do estudo. “Todos os sistemas solares são formados em um disco de gás e poeira. É um subproduto natural de como as estrelas se formam. Mas à medida que o Sol se acende e começa a queimar seu combustível nuclear, ele gera luz solar, aquecendo o disco (circunstelar) e, eventualmente, soprando-o de dentro para fora”. Por: Laurel Kornfeld Traduzido por: Caua Rachione Barbosa (Junior Bilingual Correspondent).
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11/4/2022 11:08:44 am
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