22-06-22 - Bilhões de anos atrás, quando o Sol ainda era uma proto-estrela que não havia inflamado, o jovem sistema solar poderia ter contido um quinto planeta gigante, além de Júpiter, Saturno, Urano, e Netuno. Esse planeta poderia ter sido ejetado do sistema, uma vez que o Sol começou a conduzir fusão em seu núcleo, soprando uma nuvem de poeira do disco circunstelar que inicialmente o cercava. Uma teoria de 2005 conhecida como "Nice Model" propõe que os gigantes gasosos Júpiter e Saturno e os gigantes de gelo Urano e Netuno inicialmente orbitavam muito mais perto do jovem Sol em órbitas circulares. Essas órbitas foram posteriormente perturbadas por um fenômeno desconhecido que causou a migração de todos os quatro planetas para fora. Agora, em um artigo publicado no jornal "Nature", cientistas propõem que o fenômeno que precipitou essas migrações foi uma dispersão da nuvem de poeira que cercou o proto-Sol quando ele inflamou e começou a conduzir fusão em seu núcleo. A poeira dessa nuvem perturbou as órbitas desses planetas e pode ter ejetado um quinto planeta gigante, o qual se tornaria um planeta rebelde que não orbitaria nenhuma estrela. Enquanto o "Nice Model" sugere que essa instabilidade ocorreu durante um longo período de tempo, a composição das rochas lunares coletadas pelos astronautas da Missão Apollo mostra evidências de que esse processo foi rápido e ocorreu ao longo de alguns milhões de anos, em vez das centenas de milhões de anos que o modelo indicava. Tanto o "Nice Model" quanto o proposto no artigo sugerem a existência primitiva de um quinto planeta gigante gasoso, embora os modelos de computador indiquem que o sistema solar de hoje também poderia ter surgido sem o planeta extra. De acordo com este último estudo, os planetas terrestres do sistema solar, os quais se formaram após a migração dos planetas gigantes, podem ter sido influenciados por essa instabilidade primitiva. Por exemplo, esse fenômeno pode ser a razão pela qual Marte tem uma massa tão menor do que a Terra. “Nosso sistema solar nem sempre foi do jeito que é hoje. Ao longo de sua história, as órbitas dos planetas mudaram radicalmente. Mas podemos descobrir o que aconteceu”, disse Seth Jacobson, da Michigan State University (MSU), um dos autores do estudo. “Todos os sistemas solares são formados em um disco de gás e poeira. É um subproduto natural de como as estrelas se formam. Mas à medida que o Sol acende e começa a queimar seu combustível nuclear, gera luz solar, aquecendo o disco (circunstelar) e, eventualmente, soprando-o de dentro para fora”. Por: Laurel Kornfeld Traduzido por: Valentina Fabris Borges da Silva (Junior Bilingual Correspondent)
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